Coração PARA CIMA
Escrito embaixo FRÁGIL.
Estou felizmente feliz, por encontrar-me esta semana com mais episódios de Literatura brasileira, pra ser exata, literatura infanto- Juvenil e Riograndense, essa mesma, geralmente que se não fora escrita no “lombo de um cavalo” , foi ao apear dele, no descanso da sombra, comendo uma bela comida campeira, nesses caminhos de Deus...
Conheço os autores mais notáveis dessas literaturas, tenho duas sobrinhas devoradoras de livros em casa, e aqui é impossível não ter notícia dessa literatura dos pampas... Pois é, lá vou eu mais uma vez.... Que venha a literatura com suas palavras enfileiradas, com um sentido a ser descobertos nas entre linhas, com a história de certa época, com a dor de quem escreve, e com a surpresa e o encanto de quem se dispõe a ler...
Acordo
todas as manhãs
e mesmo nas manhãs mais iguais
e dentro dos gestos mais antigos
há o olhar que reconhece o corpo desabitado
a cama e o naufrágio
e já possuo até a ternura do hábito.
Espanto a zonzeira de alguns sonhos poucos
conserto a mulher de alguns sonhos muitos
e é o mesmo pé
ou a variação de um dos dois pés
para fora da cama e do sono que teima
em concorrer no festival.
E espero a notícia
a denúncia vazia
a renúncia vazia
a hora certa nacional:
meu coração não confere.
Vacilo e me escrevo o resto da poesia de ontem
nos muros
nas folhas papoulas
nas margens possuídas dos rios sombrios
nos guichês
nas roletas
nos terminais da avenida
nos pontos parados
pretos ponteiros
relógios
das eternidades do dia.