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quinta-feira, outubro 20, 2005


Eu bem que gostaria de dispor de um tempo agora, ao menos pra vir postar mais vezes, mas estou sufocada de coisas da aula, observações e relatório, trabalho, namoro, família, eu. Na verdade, não tenho tido tempo nem pra eu mesma.


ai, ai, ai... se tornaria esse blog um escrito abandonado??
ao menos por enquanto, mas, não desanimem, assim que possível estarei de volta. Além do mais, eu não consigo ficar muitos dias/tempo sem transferir uma palavra, seja por necesidade de precisão, ou necessidade de preenchimento, por falta mesmo.
Por Mônica às 20:57 |


terça-feira, outubro 11, 2005

Ela foi feliz, ficou feliz, porém, ao bater a porta ao chegar, uma tristeza a tomou conta, como se um buraco enorme tivesse se aberto a seus pés. Subiu as escadas, trocou de roupa e viu no espelho alguém de quem já havia se esquecido, estava vivendo a vida de outro e não a sua própria.

Talvez tenha se dado conta de que o tempo passa, que frustrações existem e que já não haveria tanto tempo o quanto ela pensava, pra realizar todos os sonhos que tivera.
Por ter descoberto que até então seu amor, seu escudeiro não queria viajar, passar por todos os caminhos onde colheriam flores, ir a todos os lugares com ela, porque a maioria das emoções que possivelmente encontrariam ele já havia vivido antes, em outro lugar.

Passados alguns minutos que pareciam espichados num tempo que já não conhecia, ela se viu ali, pequenina diante daquele espelho e a tristeza preencheu as lacunas vazias, ela se sentia agora um ser abatido, anulado, com pensamentos infelizes, arrepios melancólicos e uma vontade de não mais existir, evaporar, desintegrar...

Mas como ela poderia? Se nesse exato momento estava escrevendo esse post?

Por Mônica às 10:01 |


quinta-feira, outubro 06, 2005

Pois é, estou aqui fazendo uma coisa que gosto, porém não faça com a freqüência nem com a concretude que deveria. “-Estou viva!estou viva” sem já saber se o mundo ainda vive ou revive dos respiros dessa fumaça sufocante ou ainda de respingos de atos humanos. –Desarmar ou não desarmar? A minha questão não é essa, a questão é: - o que virá depois?? Usaremos nossa inteligência e artimanhas não para nosso conforto benéfico de cada dia, mas sim para uma nova invenção mortífera e protetora, não há como tirar isso do homem, Não por enquanto.
Neurônios a mil, nervos tencionados a cada passada, cada olhar à volta, e a cada pegada de chaves no bolso pra abrir a porta de casa.
Well...

E agora pra dar um ar de relax a essa 5a, algo que mostra um pouco de inocência, respeito e medo do que sentimos, ainda que um abraço.
Texto de “Sérgio Faraco” que esteve palestrando na semana de Letras .

Eu olhava para a estrada e tinha a impressão de que jamais na vida chegaríamos a Nhuporã. Que pedaço brabo. O camaleão se esfregava no chassi e o pai praguejava:

— Caminho do diabo!
Nosso Chevrolet era um trinta e oito de carroceria verde-oliva e cabina da mesma cor, só um nadinha mais escura. No pára-choque havia uma frase sobre amor de mãe e em cima da cabina uma placa onde o pai anunciava que fazia carreto na cidade, fora dela e ele garantia, de boca, que até fora do estado, pois o Chevrolet não se acanhava nas estradas desse mundo de Deus.
Mas o caminho era do diabo, ele mesmo tinha dito. A pouco mais de légua de Nhuporã o caminhão derrapou, deu um solavanco e tombou de ré na valeta. O pai acelerou, a cabina estremeceu. Ouvíamos os estalos da lataria e o gemido das correntes no barro e na água, mas o caminhão não saiu do lugar. Ele deu um murro no guidom.
— Puta merda.
Quis abrir a porta, ela trancou no barranco.
— Abre a tua.
A minha também trancava e ele se arreliou:
— Como é, ô Moleza!
Empurrou-a com violência.
— Me traz aquelas pedras.
E vê se arranca um feixe de alecrim, anda.
Agachou-se junto às rodas e começou a fuçar, jogando grandes porções de barro para os lados. Mal ele tirava, novas porções vinham abaixo, afogando as rodas. Com a testa molhada, escavava sem parar, suspirando, praguejando, merda isso e merda aquilo, e de vez em quando, com raiva, mostrava o punho para o caminhão.
O pai era alto, forte, tinha o cabelo preto e o bigode espesso. Não era raro ele ficar mais de mês em viagem e nem assim a gente se esquecia da cara dele, por causa do nariz, chato como o de um lutador. Bastava lembrar o nariz e o resto se desenhava no pensamento.
— Vamos com essas pedras!
Por que falava assim comigo, tão danado? As pedras, eu as sentia dentro do peito, inamovíveis.
— Não posso, estão enterradas.
— Ah, Moleza.
Meteu as mãos na terra e as arrancou uma a uma. Carreguei-as até o caminhão, enquanto ele se embrenhava no capinzal para pegar o alecrim.
— Pai, pai, o caminhão tá afundando!
A cabeça dele apareceu entre as ervas.
— Não vê que é a água que tá subindo, ô pedaço de mula?
E riu.
Ficava bonito quando ria, os dentes bem parelhos e branquinhos.
— Tá com fome?
— Não.
— Vem cá.
Tirou do bolso uma fatia de pão.
— Toma.
— Não quero.
— Toma logo, anda.
— E tu?
— Eu o quê? Come isso.
Trinquei o pão endurecido. Estava bom e minha boca se encheu de saliva.
— Acho que não vamos conseguir nada por hoje.
De manhãzinha passa a patrola do DAER*, eles puxam a gente.Atirou a erva longe e entrou na cabina.
— Ô Moleza, vamos tomar um chimarrão?
Fiz que sim.
Ao me aproximar, ele me jogou sua japona.
— Veste isso, vai esfriar.
A japona me dava nos joelhos e ele riu de novo, mostrando os dentes.
— Que bela figura.A cara dele era tão boa e tão amiga que eu tinha uma vontade enorme de me atirar nos seus braços, de lhe dar um beijo. Mas receava que dissesse:
como é, Moleza, tá ficando dengoso?
Então agüentei firme ali no barro, com as abas da japona me batendo nas pernas, até que ele me chamou outra vez:
— Como é, vens ou não?
Aí eu fui.
*Sigla do departamento responsável pela conservação das estradas estaduais

(Ah,uma hora dessas, alguém, por favor, me diga, por que estou sempre falando e relembrando da minha infância?? Sendo que ela passou a pouco?? )




Por Mônica às 22:46 |