
Ela foi feliz, ficou feliz, porém, ao bater a porta ao chegar, uma tristeza a tomou conta, como se um buraco enorme tivesse se aberto a seus pés. Subiu as escadas, trocou de roupa e viu no espelho alguém de quem já havia se esquecido, estava vivendo a vida de outro e não a sua própria.
Talvez tenha se dado conta de que o tempo passa, que frustrações existem e que já não haveria tanto tempo o quanto ela pensava, pra realizar todos os sonhos que tivera.
Por ter descoberto que até então seu amor, seu escudeiro não queria viajar, passar por todos os caminhos onde colheriam flores, ir a todos os lugares com ela, porque a maioria das emoções que possivelmente encontrariam ele já havia vivido antes, em outro lugar.
Passados alguns minutos que pareciam espichados num tempo que já não conhecia, ela se viu ali, pequenina diante daquele espelho e a tristeza preencheu as lacunas vazias, ela se sentia agora um ser abatido, anulado, com pensamentos infelizes, arrepios melancólicos e uma vontade de não mais existir, evaporar, desintegrar...
Mas como ela poderia? Se nesse exato momento estava escrevendo esse post?
